Tempo desde a morte:
Uma das questões de mais difícil resposta para um antropólogo forense coloca‐se
em relação ao tempo decorrido entre a morte do indivíduo e o momento da autópsia.
Os ossos não se decompõem tão facilmente como os outros tecidos, numa primeira fase
de decomposição a pele e os tecidos moles são putrificados. Quando um corpo se
encontra parcialmente decomposto, significa que ainda apresenta articulações e cartilagens.
A decomposição de um corpo depende de vários factores, tais como: a temperatura do solo e a sua acidez.
Quando um corpo é deixado à superfície a actividade dos insectos vai ocorrer
imediatamente e, em duas semanas, o corpo estará parcialmente decomposto e, ao
fim de oito meses, estará decomposto na sua totalidade.
Se um corpo for queimado leva entre um a dois anos até ficar totalmente decomposto,
por outro lado, um corpo deixado em solos arenosos pode mumificar
ficando então conservado.
O número e o tipo de ossos disponíveis na cena do crime podem ajudar
a determinar há quanto tempo se deu a morte do indivíduo, por exemplo:
ossos pequenos dispersam‐se mais facilmente.
Quanto mais tempo sucede desde a morte, mais difícil se torna de determinar o
momento da morte.
Modo e Causa da morte:
Causa e modo da morte são conceitos distintos.
O primeiro, refere‐se ao factor que na prática provocou a morte do indivíduo,
ou seja, descrições como doença, ferimento ou lesão. Por outro lado, o
conceito de modo da morte aborda o tipo de morte do indivíduo, pode ser
integrado em 5 tipos: homicídio, suicídio, acidental, natural e desconhecida.
A determinação da causa da morte é relativamente fácil quando o cadáver
ainda apresenta toda a sua estrutura de tecidos, músculos e carne.
Técnicas como raio‐x são de máxima importância nestes processos, e neste
caso toda uma gama de características de interesse são exaltadas, como lesões
ósseas, restos de metais, dentes serrados ou fragmentos de balas.
No entanto, apesar de toda esta contribuição do antropólogo forense,
quem declara a causa e modo da morte do indivíduo é um médico que analisa
e avalia a informação cedida pelo antropólogo em conduto com a sua própria autópsia.
Trauma e Marcas:
Nesta fase pretende‐se identificar particularidades do indivíduo
que permitam a sua identificação.
Para isso, pormenores como fracturas, vestígios de cirurgias, marcas de agressões
passadas ou mesmo envolvidas na causa da morte, deformações ósseas causadas
por doenças ou outro factor, de entre muitos outras pequenas malformações ou alterações
que são únicas de cada ser.
Este análise extensiva em conjunto com um historial médico do cadáver permitem
identificar em muitas situações cadáveres que seriam classificados como
desconhecidos de outro modo.
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